quinta-feira, 4 de abril de 2019

Os riscos do Profetismo

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Os riscos do Profetismo
Ricardo Gomes *

Nesta semana Padre Júlio Lancelotti estava de volta aos noticiários. E as ameaças que voltou a receber por assumir ser profeta e ser voz de homens e mulheres invisíveis a sociedade. Um incêndio destruiu casas de moradores da Favela do Cimento em São Paulo. Na missa na Paróquia São Miguel Arcanjo na Mooca denunciou a atitude de pessoas que passavam pelo local fazendo “buzinaço”, festejando a desgraça de famílias que ficaram sem onde morar e muitos foram parar nas ruas.
A atitude do sacerdote que é responsável pela Pastoral dos Moradores de rua e conhecido como defensor dos Direitos Humanos incomoda a pessoas que o ameaçam. E como Profeta não se intimida e continua sua missão. Ser voz em favor dessas pessoas que são excluídas da sociedade.
Recordando as palavras do Papa Francisco em sua visita ao Marrocos que nos adverte que “os construtores de muros serão prisioneiros dos muros que fazem” temos de rever atitudes neste tempo da Quaresma e construir pontes de fraternidade que nos unam ao Cristo que sofre enquanto um único homem sofre. Essa a missão profética de Padre Julio Lancelotti, voz em defesa de tantos homens e mulheres que continuam sofrendo pelas ruas das cidades. Repete a cena evangélica do pobre que padece na porta do rico. Muitos são os Lázaros da sociedade moderna consumista.
“Sejam como o pai! Não condenem, não afastem, não rejeitem, não discriminem, não usem de violência, não pisem, não destruam. Essa é a conversão a que a Quaresma nos chama: sejam misericordiosos como o pai! O Evangelho do domingo, 31/03/2019, traz a parábola que ficou conhecida como do "filho pródigo". Com quem você se identifica nessa história? Acompanhe a reflexão do Pe. Julio Lancellotti, gravada na missa das 10h na capela da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo.
Concluindo com as palaavras do Papa Francisco no encontro com jornalistas no vôo de retorno a Roma: ponte é feita por Deus com as asas dos anjos para que os homens se comuniquem... para que os homens possam se comunicar. A ponte é para comunicação humana. E isto é bonito e eu vi isso aqui no Marrocos. Em vez disso, os muros são contra a comunicação, são a favor do isolamento e aqueles que os constroem tornar-se-ão prisioneiros. “Não se vêem os frutos, mas vêem-se muitas flores que darão frutos, por isso vamos continuar assim”.
* Jornalista e Assessor Pastoral da Diocese de Campos

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